Jorge Molder
Scarbo
13 SEPTIEMBRE 2024 - 2 NOVIEMBRE 2024
Biografía del artista
Jorge Molder nació en 1947 en Lisboa.
Molder se formó en Filosofía en la Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa. Trabajó como psicólogo militar en la época de la Guerra Colonial Portuguesa.
Molder utiliza su cuerpo para crear sus obras, estableciendo categorías que se basan en analogías y relaciones, lo que le permite formar grupos y series de imágenes para determinar jerarquías visuales y conceptuales.
En 1977 celebró su primera exposición individual. Tiene una trayectoria nacional e internacional como fotógrafo y sus creaciones forman parte de colecciones privadas y públicas, como las de la Caixa Geral de Depósitos, la Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento y el Centro de Arte Moderno José de Azeredo de Perdigão de la Fundación Calouste Gulbenkian.
Fuera de Portugal, las fotografías de Molder pueden verse en el Art Institute of Chicago, la Artothèque de Grenoble, el Everson Museum of Art de Syracusa (Nueva York), el Fonds National d'Art Contemporain y la Casa Europea de la Fotografía de París, el Museo de Arte Moderno de Río de Janeiro en Brasil, el Museo Iberoamericano Extremeño de Arte Contemporáneo de Badajoz o el Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía de Madrid.
Jorge Molder fue artista invitado en la Bienal de São Paulo de 1994 y representó a Portugal en la Bienal de Venecia de 1999. En 2007 ganó el premio de la AICA (Asociación Internacional de Críticos de Arte).
"Hay un momento en el que las cosas se unen (...) Hay un momento en el que las manos se unen a la melodía, se unen a la historia, se unen a toda esta ficción y luego hay un momento posterior en el que ficcionalizamos todo este encuentro (...) Scarbo es un genio y como tal tiene un lado malo y un lado divertido. Yo no diría bueno... No me gusta la exageración."
Jorge Molder en conversación con Miguel Nabinho
Isto
“- Isto, afinal, é tudo uma grande confusão!”
Foi tudo o que consegui ouvir a um grupo de uns seis homens, ainda bastante jovens, que conversavam animadamente, próximo da entrada do hotel Savoy, na Fasanenstrasse, em Berlim. Falavam todos ao mesmo tempo; a única excepção era um, talvez o mais novo, que parecia alheio ao que os outros diziam, e assobiava. Assobiava com convicção e persistência. Os outros parecia não darem por isso, como se o assobio fosse uma companhia natural daquilo que diziam.
Ocorreu-me de imediato a figura do espírito que nega...
Por essa altura, eu fumava charutos, sempre de grandes vitolas, disso tenho a certeza, e lembro-me que procurava sempre sítios que se ajustassem bem ao fumo e ao seu tempo demorado. Em cada cidade tinha o meu pouso favorito.
Isto é tudo o que imprecisamente recordo daquela cena, que pode muito bem ter acontecido noutra cidade ou noutro hotel ou, até mesmo, num outro tempo.
Afinal talvez estivesse mesmo dentro do hotel Savoy, numa sala espaçosa, e o tal grupo que conversava estivesse numa mesa ao lado da minha.
E eu, muito confortavelmente instalado, imagino sempre que uma súbita interrupção abala a cena, restando dela apenas o apetitoso charuto, a frase que conservara e o assobio. Como uma imagem clara que subitamente se tolda e se fragmenta por um inesperado estremeção.
Então tudo se desfaz.
É isto quase todas as noites. Repete-se a confusão, os sítios, o fumo e o assobio. Como já atrás disse, isto pode tudo não passar daqueles sonhos que se repetem e se sucedem durante as nossas vidas. Os seus habitantes não são necessariamente inexistentes, mas a sua mistura e a sua solidez têm um equilíbrio equívoco.
Penso muitas vezes nisto, nesta tão poderosa força que temos para combinar coisas que nos chegam de tão diferentes origens e são de tão diferente natureza.
Parece haver um excipiente de proveniência obscura que tudo liga, tudo combina e nos foge, sem que demos sequer conta dos seus poderes e dos seus efeitos. São estas aproximações ou, talvez melhor, atracções que dão vida ao que imaginamos. Como a pata de um gato que apanha – caça?
Não que tudo o que se aproxima faça parte daquilo que não sabemos bem o que é. Há as coisas que não sabemos, é verdade, mas também há as que convocamos com conhecimento, por suspeita, por intuição, e ainda por vá-se lá saber o quê.
Nada é tão fácil assim, como diria o Génio.
É um fazer ou acontecer que nos acompanha, mas que também pode voltar atrás, um perceber que algo lhe escapou ou um poder de encontrar o que não conhece.
Andam assim as coisas à nossa volta. Porque é que as coisas andam à nossa volta? Por um lado, não sabemos, faz parte de um mistério; por outro, temos quase a certeza de que se trata de uma nossa teimosia em não podermos existir sem arrastarmos connosco o que apanhamos, mesmo sem sabermos porquê.
Mas voltemos ao início. Estava eu a fumar um bom charuto no hotel Ritz de Madrid, ou num outro qualquer, pois já não me lembro bem, quando ouvi um grupo que conversava, dizer: “- Isto, afinal, é tudo uma grande confusão!”. Nunca soube de que confusão se tratava, muito embora merecesse o meu mais completo acordo.
Dos rapazes do grupo, fica o que assobiava. Reconheci de imediato a melodia, era-me familiar e nunca a esqueci. Nem esquecerei.
Jorge Molder
Bíografia del artista
Jorge Molder nació en 1947 en Lisboa.
Molder se formó en Filosofía en la Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa. Trabajó como psicólogo militar en la época de la Guerra Colonial Portuguesa.
Molder utiliza su cuerpo para crear sus obras, estableciendo categorías que se basan en analogías y relaciones, lo que le permite formar grupos y series de imágenes para determinar jerarquías visuales y conceptuales.
En 1977 celebró su primera exposición individual. Tiene una trayectoria nacional e internacional como fotógrafo y sus creaciones forman parte de colecciones privadas y públicas, como las de la Caixa Geral de Depósitos, la Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento y el Centro de Arte Moderno José de Azeredo de Perdigão de la Fundación Calouste Gulbenkian.
Fuera de Portugal, las fotografías de Molder pueden verse en el Art Institute of Chicago, la Artothèque de Grenoble, el Everson Museum of Art de Syracusa (Nueva York), el Fonds National d'Art Contemporain y la Casa Europea de la Fotografía de París, el Museo de Arte Moderno de Río de Janeiro en Brasil, el Museo Iberoamericano Extremeño de Arte Contemporáneo de Badajoz o el Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía de Madrid.
Jorge Molder fue artista invitado en la Bienal de São Paulo de 1994 y representó a Portugal en la Bienal de Venecia de 1999. En 2007 ganó el premio de la AICA (Asociación Internacional de Críticos de Arte).
Traducción realizada con la versión gratuita del traductor DeepL.com